domingo, 11 de dezembro de 2011

O surto

Comecei esse blog por conta do meu recente mal 'súbito'. Se antes já não conseguia sair normalmente na rua sem achar que todos estavam me julgando e me condenando, sem me sentir feia e o pior dos humanos nas rodas de amigo, agora até a felicidade alheia me incomoda, inclusive a de amigos próximos e parentes. Foi o estopim, a gota d'água. Não consigo estudar, só penso em sumir, em suícidio, em contraponto, quero ficar boa, quero dormir sem ter que chorar, na verdade, quero pelo menos dormir.
É, não consigo parar de pensar em suícidio, não para acabar com tudo, mas por não suportar a realidade que me é dada, acho que, em geral, os suicidas não pensam no fim, mas em um recomeço, sem essas dores que nos são frequentes.
Hoje fui ao médico, me senti estúpida, não há nada de errado com meu corpo, mas o que eu preciso fazer para que eles saibam que vou mal? preciso sair nua na rua, preciso surtar, gritar, criar coragem e enfiar um tiro na cabeça? Só não fiz isso porque tenho esperanças de mudar, porque seria o cúmulo do egoísmo, a ideia de louca que todos têm de mim seria confirmada, eu sei como é  o preconceito em relação aos muito muito tristes, os descontrolados emocionais, os depressivos.

Tento com todas as forças convencer a mim mesma que o tempo cura, que um dia passa, que farei de tudo para ficar boa logo, que nunca farei mais o mesmo, mas não consigo parar de pensar nas possibilidades perdidas. E se não tivesse saído de casa? e se não tivesse voltado para buscar o isqueiro? e se não tivesse bebido mais? e se tivesse dito NÃO, e se...
Hoje acordei com outra música na cabeça, "e eu não vou nada bem...", a mágoa, a tristeza, a culpa me atormentam.

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